segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mulheres, perdoem os homens!

23.Jul.2010 | Dom Redovino Rizzardo, cs*

Foi o Papa João Paulo II quem inaugurou a prática de pedir perdão pelos pecados cometidos pelos homens da Igreja através dos séculos. Se seu exemplo fosse seguido, a história da humanidade deixaria de ser uma sucessão de opressões e violências, alimentadas pelo egoísmo, pelo orgulho e pela vingança, mesmo quando se ocultam atrás de palavras bonitas e altissonantes, como "justiça", "segurança" e "bem-comum".
Para o capuchinho Frei Raniero Cantalamessa, metade da humanidade deveria ser absolvida pela outra metade. Foi o que afirmou, alto e bom som, na homilia que proferiu na Basílica de São Pedro, no dia 2 de abril de 2010, sexta-feira santa. Para ele, os homens precisam pedir perdão às mulheres. Não, porém, com um pedido genérico e abstrato. Pelo contrário, sobretudo para quem se professa cristão, ele deveria levar a gestos concretos de reconciliação e conversão, tanto na família como na sociedade em geral.
Para o religioso, a violência que hoje assola a humanidade tem a sua origem dentro dos lares: «Ela é muito mais grave, não apenas porque se esconde atrás das paredes domésticas e é ignorada pela sociedade, mas por ser justificada com preconceitos culturais e pseudo-religiosos. As vítimas acabam indefesas, sós e desesperadas. Somente nestes últimos anos, graças ao apoio e ao encorajamento de várias associações e instituições, algumas delas encontram forças para vir à tona e denunciar os culpados.
Muita dessa violência é de matriz sexual. É o machão que demonstra a sua virilidade "esmagando" a esposa, sem perceber que, assim agindo, nada faz senão demonstrar a própria insegurança e fraqueza. E mesmo em relação à mulher que erra, é grande o contraste que se percebe entre o agir de Cristo e o que vigora ainda hoje em certo ambientes! O fanatismo pede a lapidação. Cristo, pelo contrário, aos homens que lhe apresentam uma adúltera, responde: "Quem estiver sem pecado, jogue a primeira pedra!" (Jo 8,7). O adultério é um pecado que se comete a dois, mas, desde os primórdios da humanidade (em alguns países, ainda hoje) a condenada é sempre a mulher...
A violência mais odiosa contra a mulher é a que tem sua origem precisamente onde deveria reinar o amor e o respeito mútuo, ou seja, no relacionamento entre marido e esposa. Evidentemente, em sã consciência, ninguém pode jogar sempre e somente a culpa no homem, pois pode-se ser violento também com a língua, e não apenas com as mãos e os pés. Mas ninguém pode negar que, na grande maioria dos casos, a vítima mais frequente é a mulher.
São inúmeras as famílias onde o marido se sente autorizado a levantar a voz e gritar: "Quem manda aqui sou eu!" Não são poucas as mulheres – e os filhos – que vivem sob a constante ameaça das explosões do "chefe". A esses homens seria necessário dizer amavelmente: caros colegas, criando-nos homens, Deus não nos deu o direito de nos enraivecer e bater os punhos na mesa por qualquer ninharia. A palavra que ele dirigiu a Eva depois do pecado: "Ele te dominará" (Gn 3,16) era uma amarga previsão, não uma autorização».
Até aqui as reflexões do frei, que podem parecer simples ou até mesmo ingênuas. Contudo, refletem uma realidade difícil de negar. Se dirigirmos o olhar sobre o mundo, perceberemos que, em inúmeros países, o peso maior da condução da família cai sobre as mulheres, tanto que cresce, em toda a parte, o número de lares sustentados e governados por elas. Há homens que se contentam em fazer o filho e... fugir – quando não retornam para acabar com a vida da esposa!
Para a Bíblia, «a mulher sábia vale mais do que todas as riquezas. Seu marido nela confia e ela lhe traz felicidade todos os dias de sua vida. A graça é enganadora e a beleza é passageira, mas a mulher que ama a Deus é digna de louvor» (Pr 31,10-11.30). «Em todo o caso – conclui Chiara Lubich – no exame final, ela também deverá responder a Deus não tanto sobre como viveu sua condição de mulher, de noiva ou de consagrada, ou sobre as qualidades femininas que possuiu. Não! Homens e mulheres serão julgados somente sobre o amor. No fim, seremos todos iguais. No Paraíso, não haverá "nem homem nem mulher" (Gl 3,28)».

*Bispo de Dourados.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Empresas adotam Administração por Economia de Comunhão • Bolsa Valores

Empresas aderem à proposta lançada por Chiara Lubich no Brasil

Renata Vasconcelos
Canção Nova Notícias, SP

Chiara Lubich lançou o desafio da "Economia de Comunhão" no Brasil, em 1991, no Centro Mariápolis, em São Paulo. A repercussão foi imediata. Vários empresários se sentiram impelidos a abraçar esta nova proposta desafiadora.

A Economia de Comunhão propõe uma participação ativa das empresas na ajuda aos menos favorecidos da seguinte maneira: a tripartição do lucro, ou seja, o lucro da empresa teria três destinos, um para investimento na própria empresa, outro para escolas que formem jovens com o ideal de fraternidade e o terceiro para os menos favorecidos.

Esta proposta se baseia no princípio da "caridade na liberdade", isto é, o proprietário é quem decide o valor e a periodicidade da doação, já que o intuito maior é semear a co-responsabilidade com o bem estar do outro, mudando completamente a concepção de empresa porque, desta forma, o objetivo principal da empresa não vai ser mais o lucro por si só, mas tê-lo para dividir.

Foi o que aconteceu na escola de Vargem Grande Paulista. A diretora Ana Maria Corrêa estava no momento em que Chiara lançou a Economia de Comunhão no Brasil. Ela se uniu a nove pessoas e, em dois anos, fundaram uma escola particular que tem 22% de bolsistas e a educação é diferenciada.

Hoje, 745 empresas no Brasil vivem a Economia de Comunhão. Chiara Lubich recebeu inúmeros doutoradoshonoris causa e outros prêmios por causa da proposta. A idéia também entrou no meio acadêmico e foi assunto de teses e dissertações. Em algumas universidades, se tornou disciplina acadêmica. Para ganhar maior visibilidade, empresas se uniram em pólos e, como Chiara queria, eles precisariam estar sempre perto de centros permanentes do movimento, chamados "Mariápolis".

Assim, atualmente, existem pólos empresariais na Argentina, Itália, Croácia e Bélgica. No Brasil, país pioneiro, existem três: o pólo Ginetta, em Recife (PE), François Neveux, em Belém (PA) e o pólo Spartaco. Este último fica em Cotia, a 50 km de São Paulo, com área total de 50 mil m².

Todas as empresas ligadas a esse pólo implantaram a proposta da Economia de Comunhão. E para promover a integração entre os funcionários das organizações, foi criada uma associação que, além de outras atribuições, também oferece ao funcionário um micro-crédito especial.


terça-feira, 6 de julho de 2010

jose saramago janela da alma






Uma luz diante da cegueira humana apontada por Saramago:

Sophia University Institute - A primeira graduação da Universidade de Sophia

Tese sobre a influência das motivações pessoais de comportamento econômico.

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Sophia University Institute.

Em 28 de junho de 2010, o brasileiro Caelison Lima de Andrade tornou-se o primeiro pós-graduado na história da instituição. Conseguiu esse sucesso, superando o desafio de ser cego.
Numa sala de reunião cheia de colegas, os membros da comunidade acadêmica e pessoal, Caelison apresentou os resultados de sua pesquisa sobre "A relação entre motivação intrínseca e extrínseca na teoria econômica contemporânea: as contribuições da teoria e prática projeto Economia de Comunhão na liberdade. " Professores Luigino Bruni e Vittorio Pelligra foram, respectivamente, os oradores principais.
A sessão começou com os cumprimentos do reitor de pós-graduação Piero Coda: "A emoção não é apenas do candidato, mas de toda a comunidade acadêmica. É um momento simples em sua solenidade e solene em sua simplicidade. "O relator Luigino Bruni Caelison agradeceu".
Com sua tese, Caelison tentou mostrar a importância de uma questão que, até os anos 70/80, tem sido negligenciado pelos economistas: a influência das motivações pessoais de comportamento econômico. Seu trabalho foi iniciado a partir da aplicação do economista Bruno Frey, cujo pensamento é o tema do primeiro capítulo: "As pessoas agem porque movidos pelo desejo de obter um ganho monetário? Trabalham apenas porque são pagos para fazê-lo? ".
O segundo capítulo destaca Caelison um tipo particular de organização em que a motivação intrínseca são essenciais para a condução ideal das Organizações. O terceiro e último capítulo apresenta os resultados de pesquisas empíricas nas explorações do projeto Economia de Comunhão na Liberdade (EDC), inspirado no pensamento de Chiara Lubich.
A tese, juntamente com excelente desempenho acadêmico, garantiu a Caelison o título de Mestre em Fundamentos e perspectivas de uma cultura da unidade. A cerimônia terminou com a leitura de uma carta de congratulações de Maria Voce, Vice-Chanceler do Instituto e presidente do Movimento dos Focolares, "Para mim e para toda Obra de Maria é uma grande alegria e satisfação, o momento da chegada ao objetivo do primeiro estudante de Sophia, coroando um sério e árduo treinamento. Felicito calorosamente a nova graduação."

Città Nuova
30/06/2010
Daniel Fassa

Fonte: Sophia