quinta-feira, 22 de abril de 2010

VOLUNTARIFEST – 14/09/2006 - Pílula 3

UMA VOCAÇÃO NOVA

Etta: Com Duccia, numerosas pessoas participaram dessa vida desde o início ao lado do primeiro focolare; no entanto, a vocação, como a conhecemos agora, deslancha só depois do apelo de Chiara. É dali que começa a delinear-se mais claramente a figura do voluntário. Assim Chiara mesma a descreve:

Leitora: É a hora dos leigos. Os voluntários são pessoas tipicamente leigas da cabeça aos pés. Sentem a atração de criar a comunidade cristã. Então, se são leigos, preferem permanecer no mundo, lá onde Deus os colocou. (...) Mas visto que estão em meio ao mundo, não querem deixá-lo tal como é, acender só pequenas labaredas, deixando o resto apagado. Eles querem consagrá-lo totalmente a Deus. Querem levar o mundo inteiro a Deus. Querem incendiar tudo aquilo que existe no mundo, as coisas sociais, a arte, a ciência... (Chiara às focolarinas internas: A Obra hoje – 23.12.1963)

Alberto: Foi assim que esta vocação nova fascinou muitos e não só na Itália mas também em todos os países onde o Ideal da unidade pouco a pouco foi se difundindo: na Europa e depois nos outros continentes.

Temos a alegria de ter aqui entre nós, alguns dos pioneiros; homens e mulheres que, de certo modo, nos abriram o caminho: Simone, da França, Rosa, da Espanha, Cláudio, da Argentina, dele veremos um breve vídeo; Mechtild, da Alemanha, Pierangelo, da Itália.

Etta: Vendo-os hoje aqui, temos que lhes fazer algumas perguntas sobre o encontro de vocês com esta espiritualidade. Simone: foi fácil para você descobrir a sua vocação como voluntária?

Simone: Na Mariápolis de Friburgo, em 1960, notei uma luz, um amor entre as pessoas que jamais havia visto. Eu tentava entender a razão disso, até o momento em que esta frase «Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles» (Mt 18,20) me fez compreender que não se tratava de algo, mas de Alguém. Imediatamente, senti um chamado muito forte para segui-lo.

Após isso, passei por um longo período doloroso, porque via a meta, mas não encontrava o caminho. Eu me sentia sozinha, com efeito, não havia voluntários na França. Contudo, acreditava nessas palavras: «A quem me ama, me manifestarei».

Quando Chiara, também em 1964, definiu a vocação do voluntário num discurso de fundação em Roma, tive a certeza de que era esta a minha vocação. Vi neste encontro pessoas que já viviam assim em outros países e logo senti que fazia parte de um corpo: isso me deu a força para ir em frente.

Desde então, com algumas, começamos a nos reunir e foi assim que nasceram as voluntárias na França. Este período permaneceu em mim como uma recordação entusiasmante.

Etta: Ouçamos agora o que disse Cláudio, um dos primeiros voluntários da Argentina.

Vídeo - Cláudio Zorini: O chamado que Deus dirigia a mim significava viver o Ideal no lugar onde eu estava: na minha família; eu era casado e tinha dois filhos naquele momento; e também no trabalho. Eu era músico e para mim a música, a arte, era um dom infinito de Deus. Eu sentia que devia viver esta nova vida no ambiente em que eu crescia. Esse era o chamado forte que sentia. Acho que foi em 1962 que Chiara falou sobre os voluntários, descrevendo-os como os primeiros cristãos do século XX. Para mim e para alguns dos primeiros, que estavam comigo, foi o eureka, encontramos. Na verdade, foi a alegria mais profunda da minha vida.

Etta: E você, Rosa?

Rosa Serrahima: Conheci o Movimento nos anos 60. Foi em Barcelona, Espanha, que tive o primeiro contato. (...) Eu me senti atraída por Jesus no meio. Desde então Ele é o farol da minha vida e por isso o núcleo é para mim fundamental. É ali que devo ir para estabelecer Jesus no meio. E a seguir, viver as 24 horas do meu dia. Com a família, com os amigos, com todos, mas vivemos de outro modo: levando ao mundo esta presença de Jesus. E isso as pessoas sentem e nos perguntam o motivo do nosso comportamento.

Etta: Estava nascendo uma vocação nova. Como uma criança quer conhecer o sentido profundo do seu estar no mundo e procura o olhar de quem mais a ama, também nós continuávamos a nos dirigir a Chiara.

Alberto: Portanto, se quisermos conhecer o DNA do voluntário, devemos ouvir as suas palavras, porque nelas está o carisma da Obra e portanto toda a luz sobre a nossa vocação.

Leitora: Vocês não sabem quanto eu sinto a vocação dos voluntários. Por quê? Porque exerce em mim uma grande atração...: a mais alta contemplação em meio ao mundo, lado a lado em meio a uma multidão, em meio aos famintos, em meio aos esfarrapados, em meio também aos senhores, em meios aos deputados, em meio aos reis, em meio a quem vocês quiserem. As pessoas pensam que vocês são iguais a elas, talvez com um vestido de gala, porque você é uma voluntária e deve, à noite, usar o vestido de gala, ao invés, você está em contemplação de Deus. Esta sim que é uma atração daquelas...! (12.04.1968)

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