sábado, 25 de setembro de 2010
"E nós acreditamos no Amor": Chiara Luce, chegou a hora!
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
PROJETO CIDADES: "A cidade é mestra do homem".(Simonide di Ceo, fi...
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Por um novo humanismo
Também a cultura e a pintura usam poucos toques, meios pobres, mas sobretudo fazem tudo depressa num campo como o da arte que, nos séculos passados, exigia tempo, muito tempo... No ano passado, por exemplo, passamos por uma clareira, por um terreno baldio na periferia da cidade. Voltamos ali este ano e admiramos todo um conjunto de casas, de grandes casas. Desaparecem em poucos meses, sem percebermos, ruas usadas por décadas e vemos no lugar delas rodovias magníficas... Tudo se faz com aceleração e muita coisa é pré-fabricada. Não falemos das comunicações, que aproximam de nós as pessoas, inclusive muito distantes, economizando assim dias de viagem. Também os espíritos mais abertos a coisas mais sublimes, inclusive os cristãos mais atentos e atraídos pelos mistérios incompreensíveis não podem deixar de sentir a influência deste novo ritmo em que a humanidade caminha, sobretudo nas áreas mais desenvolvidas. A maioria das pessoas acha anacrônicas as horas transcorridas em solitárias contemplações, em prolongadas meditações. Prefere-se encontrar fórmulas breves, mas seguras, para atingir o objetivo que, neste caso, é nada mais nada menos que... a união com Deus. É neste clima, neste contexto que considero de grande atualidade uma frase, comprovada pela experiência e atribuída a São Boaventura. Ela afirma que progride mais no caminho de Deus uma alma que em quarenta dias nunca para, do que outra que em quarenta anos, ainda que fechada num convento e com todas as ajudas para ser perfeita, de vez em quando para "nos vales das imperfeições e dos pecados veniais". Tal afirmação não pode não causar impressão, não pode deixar de suscitar em todos uma certa carga de entusiasmo. Mas provoca em nós pergunta: como fazer para não nos determos nas imperfeições e nos pecados veniais? A resposta parece evidente: procurando constantemente a perfeição. Mas em que consiste a perfeição? Cristo nos disse: no amor, porque quem ama, não peca; no amor por Deus, que encontra o meio de se tornar concreto, vivendo o amor ao próximo. É vivendo a caridade para com os nossos irmãos que se passa continuamente da morte à vida, que se permanece na vida, garantia da vida que não terá fim. Hoje, quando o mundo todo está se encaminhando para um humanismo de novo cunho, que exprime as mais variadas nuances nas diversas ideologias e fascina massas e indivíduos, o imperativo cristão da caridade surge com extrema atualidade: um humanismo onde o homem olha para o homem, e o povo para o outro povo através da lente transfiguradora da pessoa de Cristo. O Concílio mesmo tomou consciência do novo lugar que está assumindo o homem no conceito da sociedade moderna e reafirma que "a lei fundamental da humana perfeição e, portanto, também da transformação do mundo, é o novo mandamento da caridade. Aqueles que acreditam na caridade divina, fundamentam em Cristo a sua certeza de que a estrada da caridade está aberta para todos os homens e que os esforços feitos para realizar a caridade universal não são vãos". O Papa Paulo, comentando este trecho disse: "A Igreja tende a valorizar o homem, a respeitá-lo, a dar-lhe consciência da sua grandeza; não o humilha, mas o exalta; não o narcotiza, mas o desperta para o sentido da sua dignidade; não o despreza jamais - e como poderia? -, mas o estima e o ama, debruça-se sobre ele, o abraça e quase transfunde nele o próprio coração, tal como Jesus, que lavou os pés dos apóstolos, como os santos que souberam abraçar os leprosos e os enfermos. A caridade se situa luminosamente no papel que a Igreja é chamada a desempenhar, conduzindo o homem ao seu completo desenvolvimento..." Os santos sempre focalizaram este assunto corretamente. De fato, chegaram ao vértice da perfeição porque amaram o próximo. Foi escrito sobre a virgem de Sena: "...mas Catarina pensava que não é suficiente dar o que nos é pedido e não basta desviar os ouvidos daqueles que nos suplicam: ela começou a procurar os pobres. Enquanto todos dormiam, ia depor diante da porta deles pão, um frasco de vinho, um saquinho de farinha ou uma cesta de ovos, como fazia São Nicolau de Bari. E depois saia correndo para que ninguém percebesse...". A própria Teresa d'Ávila, contemplativa por excelência, afirmava: "... Deus quer obras. Por exemplo, quer que não nos preocupemos em perder uma devoção para consolar uma doente que podemos ajudar, assumindo o seu sofrimento, jejuando, se for necessário, para lhe dar de comer... Eis aqui no que consiste a verdadeira união com o querer de Deus!" E homens próximos ao cristianismo não podiam ter uma visão diferente. É muito belo o que Gandhi afirma no seu livro: "Antigas como as montanhas": "...se amarmos aqueles que nos amam, esta não é a não-violência. A não-violência é amar aqueles que nos odeiam. Sei quanto é difícil seguir esta sublime lei do amor. Mas as coisas grandes e boas não são todas difíceis? O amor pelo inimigo é a mais difícil de todas. Mas com a graça de Deus também esta coisa tão difícil se torna fácil de se realizar, se assim quisermos...". "...A regra de ouro é ser amigos do mundo e considerar una toda a família humana. Quem distingue entre os fiéis da própria religião e aqueles de outra, deseduca os membros da própria e abre o caminho para a rejeição e para a irreligião". Se hoje o pensamento de quem não crê em Deus, também influencia muito os povos jovens e muitas vezes inexperientes, é porque apresenta um certo tipo de amor pelos homens. Certamente, vale para eles a frase da "Populorum progressio", humanismo, sim, "mas aberto para o absoluto". Senão o Apóstolo adverte: "para nada adianta". Muito oportunamente Paulo VI esclarece: o preceito da caridade cristã contém desenvolvimentos potenciais que nenhuma filantropia, que nenhuma sociologia poderá jamais igualar. E, examinando a nossa caridade, continua: "a caridade ainda está contraída e fechada dentro dos confins de costumes, de interesses, de egoísmos que deverão, como nós pensamos, ser dilatados". É lógico, então, tirar uma conclusão: é urgente transformar todos os nossos relacionamentos com os irmãos, pais, parentes, colegas, conhecidos, homens do mundo inteiro em relacionamentos cristãos. Impelidos e iluminados pelo amor, dar origem a obras individuais e sociais, recordando que, se um copo d'água terá a sua recompensa, um hospital, uma escola, um orfanato, um instituto de reeducação e assim por diante, que são meios para exprimir a nossa caridade, nos prepararão para enfrentar brilhantemente o exame final da vida. De fato, Deus nos dirá: "Tive fome no seu marido, nos seus filhos, bem como nas populações da Índia e você, vendo-me neles, me deu de comer. "Tive sede, estava nu nos seus filhinhos toda manhã, mas também nos seus irmãos em muitas nações em que as condições de vida são desumanas, e você, vendo-me em todos, me cobriu com tudo o que possuía. "Eu era órfão, faminto, doente na criança do seu bairro, mas também nas populações do Paquistão, devastadas por cataclismos e ameaças do colera, e você fez todo o esforço para me socorrer. "Você suportou a sua sogra ou esposa nervosa, mas também os seus operários revoltados ou o seu patrão ainda pouco compreensivo, pois você está convencido de que não existirá uma perfeita justiça social, se não florescer de uma caridade social; e você fez isso porque me viu em todos. "Você visitou o parente preso, rezou e socorreu aqueles que vivem oprimidos e violentados no íntimo do espírito..." Então nós, atônitos, deixaremos sair dos nossos lábios uma só palavra: obrigada. Obrigada, meu Deus, por nos ter aberto na Terra um caminho, o caminho direto, o mais breve para chegar o mais rápido possível à destinação celeste. Centro Chiara Lubich |
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Economia de Comunhão e Desenvolvimento Solidário
(Agência Ecclésia)
Daquilo a que já várias pessoas chamaram a "intuição profética" de Chiara Lubich, a fundadora do Movimento dos Focolares, nasceu a economia de comunhão. Um exemplo de que os carismas, este como outros que marcaram a história da Igreja, não se destinam apenas a renovar e formar espiritualmente as pessoas, mas incidem sobre a sociedade e a cultura.
Chiara Lubich sentiu-se chamada a contribuir para realizar na nossa época o testamento de Jesus: "Que todos sejam um, como Tu, Pai, e Eu somos Um" (Jo, 17-20). O Homem é criado à imagem de um Deus-comunhão e realiza-se na comunhão. Como consequência desse ideal de unidade, entre os membros do Movimento dos Focolares desde o início se procurou pôr em prática a experiência de comunhão de bens que caracterizou os primeiros cristãos, de quem se dizia que "entre eles não havia ninguém necessitado" (Act. 4, 32-34). Quando visitou São Paulo, no Brasil, em Maio 1991, Chiara Lubich intuiu que essa dinâmica de comunhão individual deveria estender-se às empresas e fez essa proposta.
Mas o que é que caracteriza as empresas de economia de comunhão? São empresas inseridas no mercado que adoptam as formas jurídicas comuns, mas que, por decisão livre dos seus titulares, se propõem destinar os seus lucros de acordo com critérios ditados pelo bem comum. Mais especificamente, propõem-se destinar esses lucros a três objectivos: ajuda aos pobres, sempre com o propósito de os tornar auto-suficientes ultrapassando a lógica assistencialista; contributo para a formação de pessoas à "cultura do dar" que está subjacente ao projecto e sem a qual ele não pode vingar; investimento na própria empresa, assegurando o seu futuro e expansão. Estas empresas, na sua maioria de pequena e média dimensão, estão hoje presentes em todo o mundo (dados sobre o montante dos lucros que foram distribuídos podem ver-se em www.edc-online.org).
Para além da distribuição dos lucros de acordo com estes critérios, estas empresas propõem-se adoptar uma conduta orientada para a cultura de comunhão, que deve marcar as relações no seu interior e entre os seus membros, tal como as relações com clientes, fornecedores, concorrentes, Estado e comunidade.
Podemos dizer que as empresas de economia de comunhão vêm responder a uma exigência posta em relevo de modo particular pela encíclica Caritas in Veritate: "O grande desafio que temos diante de nós - resultante das problemáticas do desenvolvimento neste tempo de globalização, mas revestindo-se de maior exigência com a crise financeira - é mostrar tanto a nível de pensamento como de comportamentos, que não só não podem ser transcurados ou atenuados os princípios tradicionais da ética social, como a transparência, a honestidade e a responsabilidade, mas também que, nas relações comerciais, o princípio de gratuidade e a lógica do dom como expressão da fraternidade podem e devem encontrar lugar dentro da actividade económica normal. Isto é uma exigência do homem no tempo actual, mas também da própria razão económica. Trata-se de uma exigência simultaneamente de caridade e de verdade." (n. 36).
Nesta linha, Luigino Bruni, professor de economia e expoente da elaboração teórica relativa à "economia de comunhão" salienta num artigo recente (da revista Città Nuova de 10-25 de Agosto de 2010) que estas empresas, como outras experiências que ultrapassam a lógica da busca do lucro numa perspectiva do interesse individualista e se orientam pelo bem comum, não podem ocupar um lugar marginal numa economia guiada por essa lógica individualista, como um "tapa-buracos" que remedeia apenas as consequências mais graves dessa lógica, sem alterar o modelo económico e social. Uma lógica que gera as desigualdades que nos escandalizam e que permitem que empresas salvas da falência com dinheiros públicos continuem a pagar retribuições milionárias aos seus gestores. São suas estas palavras: "A última fase do capitalismo (que poderemos chamar financiário-individualista) nasce de um pessimismo antropológico, que remonta pelo menos até Hobbes: os seres humanos seriam demasiado oportunistas e auto-interessados para pensar que possam empenhar-se com motivações altas (como o bem comum). Não podemos deixar a esta "derrota antropológica" a última palavra sobre a vida em comum: temos o dever ético de deixar a quem vier depois de nós um olhar positivo sobre o mundo e sobre o Homem.
Mas para que tudo isto não fique escrito no papel e se torne vida, é necessário um novo humanismo, uma nova estação educativa, são necessários aqueles "homens novos" que estão no centro do projecto da Economia de Comunhão, capazes de se empenharem e de trabalharem não apenas pelo lucro, mas também para fazerem da sua actividade laboral uma obra de arte. Se for assim, então a nova economia de mercado na qual estão a entrar novos grandes protagonistas (pense-se na África, por exemplo), poderá ser um lugar belo para habitar, viver, amar."
Pedro Vaz Patto
Daquilo a que já várias pessoas chamaram a "intuição profética" de Chiara Lubich, a fundadora do Movimento dos Focolares, nasceu a economia de comunhão. Um exemplo de que os carismas, este como outros que marcaram a história da Igreja, não se destinam apenas a renovar e formar espiritualmente as pessoas, mas incidem sobre a sociedade e a cultura.
Chiara Lubich sentiu-se chamada a contribuir para realizar na nossa época o testamento de Jesus: "Que todos sejam um, como Tu, Pai, e Eu somos Um" (Jo, 17-20). O Homem é criado à imagem de um Deus-comunhão e realiza-se na comunhão. Como consequência desse ideal de unidade, entre os membros do Movimento dos Focolares desde o início se procurou pôr em prática a experiência de comunhão de bens que caracterizou os primeiros cristãos, de quem se dizia que "entre eles não havia ninguém necessitado" (Act. 4, 32-34). Quando visitou São Paulo, no Brasil, em Maio 1991, Chiara Lubich intuiu que essa dinâmica de comunhão individual deveria estender-se às empresas e fez essa proposta.
Mas o que é que caracteriza as empresas de economia de comunhão? São empresas inseridas no mercado que adoptam as formas jurídicas comuns, mas que, por decisão livre dos seus titulares, se propõem destinar os seus lucros de acordo com critérios ditados pelo bem comum. Mais especificamente, propõem-se destinar esses lucros a três objectivos: ajuda aos pobres, sempre com o propósito de os tornar auto-suficientes ultrapassando a lógica assistencialista; contributo para a formação de pessoas à "cultura do dar" que está subjacente ao projecto e sem a qual ele não pode vingar; investimento na própria empresa, assegurando o seu futuro e expansão. Estas empresas, na sua maioria de pequena e média dimensão, estão hoje presentes em todo o mundo (dados sobre o montante dos lucros que foram distribuídos podem ver-se em www.edc-online.org).
Para além da distribuição dos lucros de acordo com estes critérios, estas empresas propõem-se adoptar uma conduta orientada para a cultura de comunhão, que deve marcar as relações no seu interior e entre os seus membros, tal como as relações com clientes, fornecedores, concorrentes, Estado e comunidade.
Podemos dizer que as empresas de economia de comunhão vêm responder a uma exigência posta em relevo de modo particular pela encíclica Caritas in Veritate: "O grande desafio que temos diante de nós - resultante das problemáticas do desenvolvimento neste tempo de globalização, mas revestindo-se de maior exigência com a crise financeira - é mostrar tanto a nível de pensamento como de comportamentos, que não só não podem ser transcurados ou atenuados os princípios tradicionais da ética social, como a transparência, a honestidade e a responsabilidade, mas também que, nas relações comerciais, o princípio de gratuidade e a lógica do dom como expressão da fraternidade podem e devem encontrar lugar dentro da actividade económica normal. Isto é uma exigência do homem no tempo actual, mas também da própria razão económica. Trata-se de uma exigência simultaneamente de caridade e de verdade." (n. 36).
Nesta linha, Luigino Bruni, professor de economia e expoente da elaboração teórica relativa à "economia de comunhão" salienta num artigo recente (da revista Città Nuova de 10-25 de Agosto de 2010) que estas empresas, como outras experiências que ultrapassam a lógica da busca do lucro numa perspectiva do interesse individualista e se orientam pelo bem comum, não podem ocupar um lugar marginal numa economia guiada por essa lógica individualista, como um "tapa-buracos" que remedeia apenas as consequências mais graves dessa lógica, sem alterar o modelo económico e social. Uma lógica que gera as desigualdades que nos escandalizam e que permitem que empresas salvas da falência com dinheiros públicos continuem a pagar retribuições milionárias aos seus gestores. São suas estas palavras: "A última fase do capitalismo (que poderemos chamar financiário-individualista) nasce de um pessimismo antropológico, que remonta pelo menos até Hobbes: os seres humanos seriam demasiado oportunistas e auto-interessados para pensar que possam empenhar-se com motivações altas (como o bem comum). Não podemos deixar a esta "derrota antropológica" a última palavra sobre a vida em comum: temos o dever ético de deixar a quem vier depois de nós um olhar positivo sobre o mundo e sobre o Homem.
Mas para que tudo isto não fique escrito no papel e se torne vida, é necessário um novo humanismo, uma nova estação educativa, são necessários aqueles "homens novos" que estão no centro do projecto da Economia de Comunhão, capazes de se empenharem e de trabalharem não apenas pelo lucro, mas também para fazerem da sua actividade laboral uma obra de arte. Se for assim, então a nova economia de mercado na qual estão a entrar novos grandes protagonistas (pense-se na África, por exemplo), poderá ser um lugar belo para habitar, viver, amar."
Pedro Vaz Patto
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Entidades também oferem cursos de formação política
Movimento Político pela Unidade (MPPU)
O Movimento Político pela Unidade (MPPU) é uma rede mundial cujo objetivo é buscar uma unidade entre as nações e entre pessoas de diversas correntes, com foco no bem coletivo. Presente no Brasil desde 2001, o MPPU conta com o apoio de cerca de 50 deputados federais, sendo pelo menos cinco ligados diretamente à iniciativa. Uma das premissas defendidas pelo movimento é a de que parlamentares de frentes partidárias opostas devem participar das votações pensando no interesse dos cidadãos, e não no posicionamento da legenda.
- Nós propomos a fraternidade como categoria política. A ideia é difunfir esse conceito de fraternidade e proporcionar a possibilidade de vivenciá-la. E estamos abertos para qualquer pessoa – explica Maria do Carmo, secretária da comissão nacional do MPPU.
Em 2007, a entidade criou a primeira Escola Civitas, que oferece cursos de formação política principalmente a jovens. Hoje, elas já estão presentes em dez estados brasileiros e atenderam a cerca de cem pessoas. O curso, que tem duração de dois anos e é gratuito, inclui aulas de Conjuntura Política do Brasil, História Política e Economia, dentre outras. Pedro Fiorelli, de 23 anos, terminou a participação na Escola Civitas no ano passado e agora é candidato a deputado estadual pelo PV de São Paulo.
- A Escola me deu todo o sustento e base para conseguir ingressar na vida pública – diz Pedro, que defende, por exemplo, a estipulação do limite de apenas uma reeleição também para os cargos do Poder Legislativo.
- Apenas 5% dos quadros políticos se renovam a cada eleição. Além disso, a política tem que ser vista como serviço, e não como profissão – afirma.
Fé e Política
O Centro de Fé e Política Dom Helder Câmara (CEFEP), vinculado à Igreja Católica, promove um curso de especialização à distância para aqueles que tenham interesse em entrar para a vida pública ou em trabalhar como líderes de suas comunidades. A pós-graduação dura 1 ano e meio e já está em sua terceira turma. Não há mensalidades: é cobrada apenas um ajuda de custos durante as duas etapas presenciais que acontecem ao longo do curso, em Brasília. A maioria da turma é jovem e alguns dos alunos se candidataram nas eleições de 2008 para vereadores.
No Rio de Janeiro, uma iniciativa semelhante já formou centenas de pessoas ao longo dos seus 20 anos de atuação. O Instituto de Estudos da Religião (ISER) promove treinamentos com o objetivo de formar cidadãos atuantes e éticos, não apenas para a vida político-partidária, mas, principalmente, para fiscalizar a ação dos poderes Executivo e Legislativo. O órgão também fomenta uma rede de fé e política formada por grupos de trabalho que se reúnem semanalmente em diversas cidades do estado.
- Os grupos religiosos costumam separar o espiritual e o material, e não pode ser assim. As igrejas precisam se articular e definir que projeto de pais querem ajudar a construir - diz Névio Fiorin, teólogo e assessor do Instituto.
Segundo Névio, alguns políticos, como Chico Alencar (Psol) e Alesaandro Molon (PT) , atuam junto ao movimento, ou são fruto de suas classes.
- Ninguém fica para sempre em um mandato, então me preocupo em formar jovens políticos que possam conduzir o país daqui há alguns anos. Acho que toda iniciativa nesse sentido é muito importante: tanto as religiosas como as laicas - afirmou Molon.
Vale lembrar que os dois cursos são ecumênicos. Não é preciso ser católico para participar.