terça-feira, 7 de dezembro de 2010



Nella fantasia io vedo un mondo giusto,
Li tutti vivono in pace e in onestà.
Io sogno d'anime che sono sempre libere,
Come le nuvole che volano,
Pien' d'umanità in fondo all'anima.

Nella fantasia io vedo un mondo chiaro,
Li anche la notte è meno oscura.
Io sogno d'anime che sono sempre libere,
Come le nuvole che volano,
Pien’ d’umanità...

Nella fantasia esiste un vento caldo,
Che soffia sulle città, come amico.
Io sogno d'anime che sono sempre libere,
Come le nuvole che volano,
Pien' d'umanità in fondo all'anima.

Nesta fantasia

Nesta fantasia eu vejo um mundo justo
Ali todos vivem em paz e em honestidade
O sonho das almas que são sempre livres
Como as nuvens que voam
Cheias de humanidade dentro da alma

Nesta fantasia eu vejo um mundo claro
Lá também a noite é menos escura
Eu sonho que as almas são sempre livres
Como nuvens que voam
Cheias de humanidade

Nesta fantasia existe um vento quente
Que sopra pela cidade como amigo
Eu sonho que as almas são sempre livres
Como nuvens que voam
Cheias de humanidade no fundo da alma

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Papa recebe secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas

Domingo, 05 de dezembro de 2010, 11h05

Rádio Vaticano

L'Osservatore Romano
O reverendo Tvei e o Papa Bento XVI

Bento XVI recebeu em audiência, ao meio-dia de sábado, 4, no Vaticano, o secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reverendo Olav Fykse Tveit, acompanhado de uma comitiva.

Tveit, à frente de uma delegação do organismo, iniciou nesta sexta-feira uma visita oficial de três dias ao Santo Padre e ao Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, seguindo um costume segundo o qual o novo secretário-geral do Conselho visita a Santa Sé após a sua eleição.

Pastor da Igreja Luterana na Noruega, o reverendo assumiu seu novo encargo no dia 1º de janeiro de 2010. Durante sua permanência em Roma, o secretário-geral do CMI fará uma homilia por ocasião da celebração da liturgia na Igreja metodista da Rua XX de Setembro – no centro de Roma – e encontrará, na Igreja valdense da Rua IV de Novembro, os representantes das congregações protestantes locais.

Ademais, a delegação será acolhida na sede da Comunidade romana de Santo Egidio – para a celebração ecumênica de oração, na qual o reverendo Tveit fará a homilia – e no Centro do Movimento dos Focolares.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

«Nada é impossível a Deus». (Lc 1, 37)

Palavra de Vida – dezembro de 2010


“Como é que vai ser isso?” (cf Lc 1,34). Esta pergunta de Maria, feita depois do anúncio do anjo, teve como resposta: “nada é impossível a Deus”. E, como prova disso, o anjo citou o exemplo de Isabel, que, na sua velhice, tinha concebido um filho. Maria acreditou e tornou-se a Mãe do Senhor.
Onipotente. Este nome de Deus é frequentemente encontrado na Sagrada Escritura, e é usado quando se deseja exprimir o seu poder de abençoar, julgar, dirigir o curso dos acontecimentos, realizar os Seus desígnios.
Existe apenas um limite à onipotência de Deus, a liberdade humana, que pode opor-se à vontade de Deus, tornando o ser humano impotente, ao passo que ele foi chamado a compartilhar a mesma força de Deus.

«Nada é impossível a Deus».

É uma Palavra que nos abre a uma confidência ilimitada no amor de Deus-Pai, pois, se Deus existe e o seu Seu ser é Amor, a confiança completa Nele nada mais é do que uma consequência lógica disso.
Todas as graças, temporais e espirituais, possíveis e impossíveis, estão em Seu poder. E Ele as dá a quem as pede e até mesmo a quem não pede, porque, como diz o Evangelho, Ele, o Pai, «faz nascer o sol igualmente sobre maus e bons» (cf Mt 5,45), e convida todos nós a agirmos como Ele, com o mesmo amor universal, sustentado pela fé de que:

«Nada é impossível a Deus».

Como podemos, então, colocar em prática essa Palavra na vida diária?
Todos nós, de vez em quando, temos que enfrentar situações difíceis, dolorosas, tanto na nossa vida pessoal, quanto nos relacionamentos com os outros. E, algumas vezes, experimentamos toda a nossa impotência, pois percebemos que existem em nós apegos a coisas e pessoas que nos tornam escravos de amarras das quais gostaríamos de nos libertar. Frequentemente nós nos vemos diante dos muros da indiferença e do egoísmo, e nos sentimos sem forças ante acontecimentos que parecem maiores do que nós.
Pois bem, nesses momentos, a Palavra de Vida pode vir em nossa ajuda. Jesus nos deixa experimentar a nossa incapacidade, não para nos desencorajar, mas para nos ajudar a compreender melhor que «nada é impossível a Deus», para nos preparar a fim de experimentarmos a extraordinária potência da Sua graça, que se manifesta justamente quando constatamos que, com as nossas pobres forças, nada vamos conseguir.

«Nada é impossível a Deus».

Ao nos relembrarmos disso nos momentos mais críticos, a Palavra de Deus nos mandará aquela energia que ela encerra, fazendo-nos participar, de algum modo, da própria onipotência de Deus. Porém, com uma condição: que vivamos a Sua vontade, procurando irradiar ao nosso redor aquele amor que foi depositado nos nossos corações. Assim estaremos em uníssono com o Amor onipotente de Deus pelas suas criaturas, para o qual tudo aquilo que contribui para a realização dos seus planos, em cada pessoa e em toda a humanidade, é possível.
Mas existe um momento especial em que podemos viver esta Palavra e experimentar toda a sua eficácia: é durante a oração.
Jesus disse que qualquer coisa que pedirmos ao Pai em Seu nome, Ele nos concederá. Portanto, experimentemos pedir-lhe aquilo que mais desejamos ou necessitamos, com a certeza de fé de que a Ele nada é impossível: da solução de casos mais desesperadores, até à paz no mundo, da cura de doenças graves até a resolução de conflitos familiares e sociais.
E se formos duas ou mais pessoas, unidas em pleno acordo através do amor mútuo a pedir a mesma coisa, então será o próprio Jesus em nosso meio quem pedirá ao Pai e, como ele prometeu, obteremos o que pedirmos.
Certo dia, também nós pedimos, com esta fé na onipotência de Deus e no seu Amor, que o tumor diagnosticado em N., por meio de uma radiografia, "desaparecesse", como se fosse um erro ou um fantasma. E, de fato, isso aconteceu.
Esta confiança ilimitada, que faz com que nos sintamos nos braços de um Pai ao qual tudo é possível, deve acompanhar sempre os acontecimentos da nossa vida. Isso não significa que toda vez obteremos aquilo que pedirmos, porque a onipotência de Deus é a de um Pai, e Ele a usa tão somente para o bem de seus filhos, tenham eles consciência disso ou não. O importante é vivermos alimentando a certeza de que para Deus nada é impossível. E isso nos fará provar uma paz que nunca experimentamos antes.


Chiara Lubich

Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em Cidade Nova, em dezembro de 1999.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fatos de vida

Aplicando a lei

Experiência de um defensor público brasileiro, que trabalha para a fraternidade. “Em cada audiência, eu não vejo um processo burocrático, mas uma pessoa a respeitar e amar”

20/11/2010



«Tenho 34 anos, sou brasileiro, casado e com dois filhos, e trabalho ao serviço dos mais pobres, ajudando-os a reivindicar os seus próprios direitos básicos». Assim se apresenta Anísio Caixeta Júnior, jovem aderente do movimento dos Focolares, que faz o trabalho de defensor público: a figura prevista pelo ordenamento jurídico brasileiro para assegurar uma defesa a quem não tem meios para poder contratar um advogado.

É fácil entender que, para além de cumprir o seu próprio dever com profissionalismo, Anísio é também movido por grandes ideais: «Desde criança entusiasmou-me o ideal da unidade de Chiara Lubich e sempre procurei ajudar o próximo gratuitamente, e via que assim eu me realizava. Também agora continuo a fazer a mesma coisa na minha profissão. Esse mesmo ideal ajuda-me a recordar, antes de cada audiência, que ali à minha frente não está uma prática burocrática, mas uma pessoa a respeitar e amar.»

E não se trata só de convicções morais: «Na história do direito – afirma Anísio – ao reconhecimento de alguns direitos fundamentais imediatos, como o da vida e da propriedade, juntaram-se sucessivamente os direitos da liberdade e da igualdade, emersos com a revolução francesa. A Declaração Universal dos direitos do homem, veio evidenciar um outro ponto fundamental: viver em espírito de fraternidade. Também a Constituição brasileira quis introduzir no seu texto o princípio da fraternidade que, por isso, não é uma simples ajuda que se dá, de vez em quando aos necessitados, mas um ponto fundamental que a Constituição se compromete a tutelar e promover. Quando ajo assim, impulsionado por este ideal de fraternidade, estou, na realidade, a aplicar a lei fundamental da minha Constituição!»

As experiências que Anísio vive “simplesmente aplicando a lei”, no dia a dia, são verdadeiramente muitas. Eis uma daquelas que ele gosta de contar: «Um dia encontrava-me com um meu colega fora do tribunal, próximo de um semáforo e aproximou-se um menino pedindo esmola. Imaginem a cara dele quando lhe respondemos: “Mas nós podemos fazer por ti muito mais do que dar-te umas moedinhas! Se tu, por exemplo não tens família, podemos ajudar-te a inserir-te num programa social específico, podemos ajudar-te da mesma forma se tu vives na rua ou se não tens dinheiro. Todos estes são, de facto, direitos que o Estado se deve empenhar a garantir porque é a Constituição que exige a criação de instituições que tutelem estes teus direitos. E o meu trabalho é precisamente numa destas instituições!”»

O defensor público é uma figura heroica? Anísio é doutra opinião: «Não penso certamente que com o meu trabalho estou a mudar o mundo. Mas, ao mesmo tempo, a ideia de que nem sequer um copo de água é dado em vão, fascina-me extraordinariamente e estou convencido que também este simples gesto pode contribuir para criar aquela nova humanidade, dedicada à fraternidade que, certamente, o direito pode sustentar, mas que é preciso construir a partir de nós mesmos!»

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Bento XVI, incompreendido por muitos jornalistas, segundo Seewald


O autor do livro revela sua experiência de entrevistador do Papa


ROMA, terça-feira, 23 de novembro de 2010 (ZENIT.org) - O autor do livro "Luz do mundo", Peter Seewald, está visivelmente decepcionado pelo fato de que a recepção do livro tenha se reduzido a artigos sobre o preservativo, quando ele pretende falar do "futuro do planeta", como indica no subtítulo: "O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos".

Durante a apresentação no Vaticano, hoje, o jornalista e escritor bávaro respondeu às perguntas dos jornalistas, em alemão, e deplorou diante deles a "crise do jornalismo", como demonstra a acolhida oferecida à sua obra.

"Nosso livro - afirma - evoca a sobrevivência do planeta que está ameaçado, o Papa lança um apelo à humanidade, nosso mundo está no transe do colapso e a metade dos jornalistas só se interessa pela questão do preservativo."

Seewald insiste em que o Papa busca "a humanização da sexualidade" e apresenta a questão de fundo: "A sexualidade tem algo a ver com o amor?". Trata-se da "responsabilidade da sexualidade".

Para o escritor, o excesso de concentração no tema do preservativo é "ridículo", enquanto se esquece da questão de transformar o mundo, que é a proposta do Papa, pois "não podemos continuar assim", como insiste o livro.

Peter Seewald reconhece que o Papa apresentou um amplo "panorama", em seis horas de entrevista realizadas em junho passado, em Castel Gandolfo, a residência de verão dos pontífices.

Sublinha que o importante é descobrir o que verdadeiramente o Papa "faz" e "diz": este é o "presente" deste livro, que permite "ouvir sua voz", a forma como "interpreta" seu pontificado, "viver" com ele de maneira muito pessoal.

O Papa se coloca na categoria dos papas "pequenos", frente aos "grandes" papas, como João Paulo II. No entanto, Seewald, quem descobriu a fé católica que havia perdido na juventude precisamente nos diálogos com o cardeal Joseph Ratzinger nos anos 90, não hesita em falar dele como um "gigante", por seu pensamento, sua "autenticidade" e sua capacidade de diálogo.

Reconhece que trabalhou sem a "censura" do Papa, quem o deixou escrever e só apontou algumas "precisões".

O jornalista admira no Papa seus "amplos horizontes" de intelectual "brilhante" e sua "força espiritual", assim como sua "simplicidade".

Em definitiva, permite descobrir um Ratzinger que não tem nada a ver com o que com frequência se diz dele: nem o "Panzer Kardinal" de ontem, nem o "Panzer Papst" de hoje, mas um Bento XVI que emana luz.

(Anita S. Bourdin)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Amor e comunhão são sinal autêntico do Evangelho no mundo

Sábado, 30 de outubro de 2010, 14h38 - Canção Nova

Kelen Galvan

Da Redação


Paula Dizaró / CN Roma
Na ordem (esquerda para a direita): Michelle Moran, Maria Voce e Andrea Roccucci

Na tarde deste sábado, 30, representantes de alguns movimentos e novas comunidades fizeram uma mesa redonda, para partilhar a experiência dos Movimento Eclesiais no Novo Milênio. Participaram a sucessora de Chiara Lubich - fundadora do Movimento dos Focolares, Maria Voce; a presidente dos Serviços Internacionais da Renovação Carismática Católica (ICCRS), Michelle Moran; e o representante da Comunidade Santo Egídio, Andrea Roccucci.

Maria Voce iniciou a colocação e recordou a expressão usada por João Paulo II e repetida por Bento XVI, que chama as novas comunidades como a "nova primavera da Igreja". Segundo ela, essa expressão descreve a vitalidade e novidade dos carismas surgidos na Igreja como resposta às necessidades atuais do mundo.

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Sobre isso, Michelle Moran, destacou que "a primavera está associada ao nascimento" e explicou que na Bíblia se fala sobre a chuva que cai cedo e a que cai mais tarde sobre as plantas. "As chuvas fazem com que as sementes cresçam, mas são as chuvas da primavera que preparam as plantas para a colheita".

"Estamos entrando em um novo tempo. Eu acredito que temos chegado ao momento da segunda chuva, de primavera. É ela que conduz a colheita. Este é o tempo de dar os frutos maduros", ressaltou Michelle.

Maria Voce recordou a missão do Movimento dos Focolares, de promover a unidade, até os confins do mundo. "Um povo reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo", destacou.

Segundo ela, o pedido de Jesus "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei" resume nossa tarefa como cristãos. E enfatizou que "é o amor mútuo que nos faz expressão credível do Evangelho".

"Nossa tarefa é amar. E amar significa ser capaz de sentir o irmão da fé, estar dispostos a partilhar alegrias, sofrimentos, a oferecer a verdadeira e profunda amizade", destacou Maria.

Ela destacou que amar é muito exigente, porque precisamos esquecer de nós mesmos para nos dar ao outro, mas afirmou que "o amor nos permitirá ser um dom para o outro".

Renovação Carismática

Michelle Moran destacou que a RCC não tem um fundador humano, mas foi iniciativa do próprio Deus, e que a ação do Espírito Santo não é uma graça apenas para esse movimento eclesial, mas sim para toda a Igreja. "[A RCC] é como um grande rio. Existem muitas comunidades, ministérios e movimentos ali dentro... mas mesmo assim, todo o rio é um grande movimento eclesial", exemplificou.

Primeiramente, disse ela, precisamos reconhecer que não somos os únicos movimentos a experimentar essa novidade de Deus. "O Senhor está trabalhando em vários movimentos eclesiais".

Ao reconhecer isso, chegamos ao segundo nível, que é o de nos relacionarmos uns com os outros. E, muito mais, devemos chegar ao terceiro nível e trabalhar nossa comunhão. "Nossos relacionamentos começam a se estreira com a comunhão. É só ela que pode trazer um relacionamento frutuoso".

Sobre o assunto, o Andrea Roccucci afirmou que "nossos encontros são uma escola de comunhão" e, que isso é muito importante. "Na comunhão é que se realiza a universalidade. É ela que nos abre ao outro e introduz algo de mim nele".

Desafios atuais

Roccucci destacou que é preciso "olhar para fora das janelas da Igreja" e reconhecer o tempo que estamos vivendo, a grande necessidade do mundo atual. "O mundo tem sede de alguém que os instrua, oriente. O mundo precisa do testemunho do Evangelho e de uma vida cristã", afirmou.

Segundo ele, podemos até achar que o Cristianismo seja frágil diante dos problemas atuais, mas isso não é verdade. "Este é o tempo oportuno para se viver o Cristianismo. O tempo é difícil e oportuno para ser viver o Evangelho", concluiu.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Passa Parola

Olá pessoal.
Tendo sido criados a imagem e semelhança de Deus e portanto gozando do dom da liberdade, podemos responder SIM ou NÃO à vontade de Deus do momento presente. Creio que muitas vezes não respondemos SIM à vontade de Deus, porque vivemos como se Ele não existisse, como se Ele não tivesse um plano de amor sobre nós. Recomecemos quantas vezes for preciso e peçamos a Maria a graça de responder sempre positivamente à vontade de Deus, amando de modo concreto as pessoas que nos rodeiam.
1! Olavo


14/10/2010

Responder à vontade de Deus no momento presente.

( Rispondere alla volontà di Dio nell’attimo presente)

domingo, 3 de outubro de 2010

O Céu contesta

Corremos para lá, corremos para cá. Fazemos contas. Agitamo-nos. Isso para nós e para os que estão próximos a nós.
Se o nosso olhar se aventura por outras terras e por outros países, vemos problemas bem mais agudos e gritantes: a fome, a doença… a falta do mínimo para se viver. E se guardamos um pouco de generosidade no coração, temos vontade de fazer alguma coisa também por eles.
Depois, pode acontecer de lermos por acaso palavras pouco comuns que — logo percebemos — não vêm da terra nem da multidão que nos cerca e que tão bem conhecemos. Elas dizem: “Não vos preocupeis com a vossa vida, quanto ao que haveis de comer; nem com o vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir; […] são os gentios que estão à procura de tudo isso […]. Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6,25.32-33).
É uma suave contestação que o Céu faz à terra, que Deus faz aos homens, e abre os olhos deles para saberem que têm um Pai que cuida deles.
É preciso, então, continuar correndo, fazendo, trabalhando, ocupando-se, agitando-se?… Sim, mas por um outro motivo: para procurar não o pão, roupas ou dinheiro, mas o Reino de Deus em nós, o que significa esforçarmo-nos por cumprir não a nossa, mas a sua vontade.
O Evangelho diz bem: o resto será acrescentado. Vem justamente assim: inesperado. Chega em casa e dizemos: “É a providência !” Esta é a doce experiência de todos os cristãos coerentes.
Compreendemos, então, através da nossa vida que, se os nossos pequenos problemas encontraram uma resposta, a melhor solução para os grandes que atormentam a humanidade será encontrar o sistema mais eficaz para o mundo conhecer e viver o Evangelho.
Foi-nos dito para que pregássemos a todos: “Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? […] Aprendei dos lírios do campo, como crescem e não trabalham e nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda sua glória, se vestiu como um deles” (Mt 6,25.28-29).
Nos tempos atuais, mormente nos países necessitados, muitas vezes se dá maior ênfase aos problemas sociais, aos quais se envidam todos os esforços como expressão também religiosa da vida.
Saciar a fome e vestir os nus é evangélico. Mas essas ações, consideradas em si, nem sempre revelam a mensagem de Cristo em toda a sua beleza; aliás, podem deturpá-la, de um certo modo, pois semelhantes atos podem deixar quem recebe com complexo de “beneficiado”, enquanto o Evangelho leva o homem, todos os homens, à mais alta nobreza, a serem filhos de Deus.
O Evangelho é um todo e não podemos vivê-lo e entendê-lo realmente, em suas partes, se não o conhecermos e vivermos no conjunto.
O principal remédio para os problemas, inclusive terrenos, dos países pobres é e continua sendo o anúncio do Evangelho. É preciso que todos os homens conheçam Cristo, procurem seu Reino e sua Justiça. Então o resto, todo o resto, virá por acréscimo também para eles.

Chiara Lubich

Publicado em Ideal e Luz, ed. Brasiliense/Cidade Nova, 2003

sábado, 25 de setembro de 2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Por um novo humanismo

Por um novo humanismo :: 19/10/1970

Hoje na sociedade consumista se pensa em economizar uma única coisa: o tempo.
Se virmos a publicidade ao nosso redor, se ouvirmos o rádio, se assistirmos a televisão, as palavras frequentes são aquelas que dizem: "pronto", "vai", "rápido", "agora", "em dois minutos...".

Também a cultura e a pintura usam poucos toques, meios pobres, mas sobretudo fazem tudo depressa num campo como o da arte que, nos séculos passados, exigia tempo, muito tempo...

No ano passado, por exemplo, passamos por uma clareira, por um terreno baldio na periferia da cidade. Voltamos ali este ano e admiramos todo um conjunto de casas, de grandes casas.
Desaparecem em poucos meses, sem percebermos, ruas usadas por décadas e vemos no lugar delas rodovias magníficas...
Tudo se faz com aceleração e muita coisa é pré-fabricada.
Não falemos das comunicações, que aproximam de nós as pessoas, inclusive muito distantes, economizando assim dias de viagem.
Também os espíritos mais abertos a coisas mais sublimes, inclusive os cristãos mais atentos e atraídos pelos mistérios incompreensíveis não podem deixar de sentir a influência deste novo ritmo em que a humanidade caminha, sobretudo nas áreas mais desenvolvidas.
A maioria das pessoas acha anacrônicas as horas transcorridas em solitárias contemplações, em prolongadas meditações.
Prefere-se encontrar fórmulas breves, mas seguras, para atingir o objetivo que, neste caso, é nada mais nada menos que... a união com Deus.
É neste clima, neste contexto que considero de grande atualidade uma frase, comprovada pela experiência e atribuída a São Boaventura. Ela afirma que progride mais no caminho de Deus uma alma que em quarenta dias nunca para, do que outra que em quarenta anos, ainda que fechada num convento e com todas as ajudas para ser perfeita, de vez em quando para "nos vales das imperfeições e dos pecados veniais".
Tal afirmação não pode não causar impressão, não pode deixar de suscitar em todos uma certa carga de entusiasmo.
Mas provoca em nós pergunta: como fazer para não nos determos nas imperfeições e nos pecados veniais?

A resposta parece evidente: procurando constantemente a perfeição.
Mas em que consiste a perfeição?
Cristo nos disse: no amor, porque quem ama, não peca; no amor por Deus, que encontra o meio de se tornar concreto, vivendo o amor ao próximo.
É vivendo a caridade para com os nossos irmãos que se passa continuamente da morte à vida, que se permanece na vida, garantia da vida que não terá fim.
Hoje, quando o mundo todo está se encaminhando para um humanismo de novo cunho, que exprime as mais variadas nuances nas diversas ideologias e fascina massas e indivíduos, o imperativo cristão da caridade surge com extrema atualidade: um humanismo onde o homem olha para o homem, e o povo para o outro povo através da lente transfiguradora da pessoa de Cristo.
O Concílio mesmo tomou consciência do novo lugar que está assumindo o homem no conceito da sociedade moderna e reafirma que "a lei fundamental da humana perfeição e, portanto, também da transformação do mundo, é o novo mandamento da caridade. Aqueles que acreditam na caridade divina, fundamentam em Cristo a sua certeza de que a estrada da caridade está aberta para todos os homens e que os esforços feitos para realizar a caridade universal não são vãos".

O Papa Paulo, comentando este trecho disse: "A Igreja tende a valorizar o homem, a respeitá-lo, a dar-lhe consciência da sua grandeza; não o humilha, mas o exalta; não o narcotiza, mas o desperta para o sentido da sua dignidade; não o despreza jamais - e como poderia? -, mas o estima e o ama, debruça-se sobre ele, o abraça e quase transfunde nele o próprio coração, tal como Jesus, que lavou os pés dos apóstolos, como os santos que souberam abraçar os leprosos e os enfermos. A caridade se situa luminosamente no papel que a Igreja é chamada a desempenhar, conduzindo o homem ao seu completo desenvolvimento..."
Os santos sempre focalizaram este assunto corretamente.
De fato, chegaram ao vértice da perfeição porque amaram o próximo.
Foi escrito sobre a virgem de Sena: "...mas Catarina pensava que não é suficiente dar o que nos é pedido e não basta desviar os ouvidos daqueles que nos suplicam: ela começou a procurar os pobres. Enquanto todos dormiam, ia depor diante da porta deles pão, um frasco de vinho, um saquinho de farinha ou uma cesta de ovos, como fazia São Nicolau de Bari. E depois saia correndo para que ninguém percebesse...".
A própria Teresa d'Ávila, contemplativa por excelência, afirmava: "... Deus quer obras. Por exemplo, quer que não nos preocupemos em perder uma devoção para consolar uma doente que podemos ajudar, assumindo o seu sofrimento, jejuando, se for necessário, para lhe dar de comer... Eis aqui no que consiste a verdadeira união com o querer de Deus!"

E homens próximos ao cristianismo não podiam ter uma visão diferente. É muito belo o que Gandhi afirma no seu livro: "Antigas como as montanhas": "...se amarmos aqueles que nos amam, esta não é a não-violência. A não-violência é amar aqueles que nos odeiam. Sei quanto é difícil seguir esta sublime lei do amor. Mas as coisas grandes e boas não são todas difíceis? O amor pelo inimigo é a mais difícil de todas. Mas com a graça de Deus também esta coisa tão difícil se torna fácil de se realizar, se assim quisermos...".
"...A regra de ouro é ser amigos do mundo e considerar una toda a família humana. Quem distingue entre os fiéis da própria religião e aqueles de outra, deseduca os membros da própria e abre o caminho para a rejeição e para a irreligião".

Se hoje o pensamento de quem não crê em Deus, também influencia muito os povos jovens e muitas vezes inexperientes, é porque apresenta um certo tipo de amor pelos homens.
Certamente, vale para eles a frase da "Populorum progressio", humanismo, sim, "mas aberto para o absoluto". Senão o Apóstolo adverte: "para nada adianta".
Muito oportunamente Paulo VI esclarece: o preceito da caridade cristã contém desenvolvimentos potenciais que nenhuma filantropia, que nenhuma sociologia poderá jamais igualar. E, examinando a nossa caridade, continua: "a caridade ainda está contraída e fechada dentro dos confins de costumes, de interesses, de egoísmos que deverão, como nós pensamos, ser dilatados".
É lógico, então, tirar uma conclusão: é urgente transformar todos os nossos relacionamentos com os irmãos, pais, parentes, colegas, conhecidos, homens do mundo inteiro em relacionamentos cristãos. Impelidos e iluminados pelo amor, dar origem a obras individuais e sociais, recordando que, se um copo d'água terá a sua recompensa, um hospital, uma escola, um orfanato, um instituto de reeducação e assim por diante, que são meios para exprimir a nossa caridade, nos prepararão para enfrentar brilhantemente o exame final da vida.
De fato, Deus nos dirá:
"Tive fome no seu marido, nos seus filhos, bem como nas populações da Índia e você, vendo-me neles, me deu de comer.
"Tive sede, estava nu nos seus filhinhos toda manhã, mas também nos seus irmãos em muitas nações em que as condições de vida são desumanas, e você, vendo-me em todos, me cobriu com tudo o que possuía.
"Eu era órfão, faminto, doente na criança do seu bairro, mas também nas populações do Paquistão, devastadas por cataclismos e ameaças do colera, e você fez todo o esforço para me socorrer.
"Você suportou a sua sogra ou esposa nervosa, mas também os seus operários revoltados ou o seu patrão ainda pouco compreensivo, pois você está convencido de que não existirá uma perfeita justiça social, se não florescer de uma caridade social; e você fez isso porque me viu em todos.
"Você visitou o parente preso, rezou e socorreu aqueles que vivem oprimidos e violentados no íntimo do espírito..."
Então nós, atônitos, deixaremos sair dos nossos lábios uma só palavra: obrigada. Obrigada, meu Deus, por nos ter aberto na Terra um caminho, o caminho direto, o mais breve para chegar o mais rápido possível à destinação celeste.

Centro Chiara Lubich

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Economia de Comunhão e Desenvolvimento Solidário

(Agência Ecclésia)

Daquilo a que já várias pessoas chamaram a "intuição profética" de Chiara Lubich, a fundadora do Movimento dos Focolares, nasceu a economia de comunhão. Um exemplo de que os carismas, este como outros que marcaram a história da Igreja, não se destinam apenas a renovar e formar espiritualmente as pessoas, mas incidem sobre a sociedade e a cultura.

Chiara Lubich sentiu-se chamada a contribuir para realizar na nossa época o testamento de Jesus: "Que todos sejam um, como Tu, Pai, e Eu somos Um" (Jo, 17-20). O Homem é criado à imagem de um Deus-comunhão e realiza-se na comunhão. Como consequência desse ideal de unidade, entre os membros do Movimento dos Focolares desde o início se procurou pôr em prática a experiência de comunhão de bens que caracterizou os primeiros cristãos, de quem se dizia que "entre eles não havia ninguém necessitado" (Act. 4, 32-34). Quando visitou São Paulo, no Brasil, em Maio 1991, Chiara Lubich intuiu que essa dinâmica de comunhão individual deveria estender-se às empresas e fez essa proposta.

Mas o que é que caracteriza as empresas de economia de comunhão? São empresas inseridas no mercado que adoptam as formas jurídicas comuns, mas que, por decisão livre dos seus titulares, se propõem destinar os seus lucros de acordo com critérios ditados pelo bem comum. Mais especificamente, propõem-se destinar esses lucros a três objectivos: ajuda aos pobres, sempre com o propósito de os tornar auto-suficientes ultrapassando a lógica assistencialista; contributo para a formação de pessoas à "cultura do dar" que está subjacente ao projecto e sem a qual ele não pode vingar; investimento na própria empresa, assegurando o seu futuro e expansão. Estas empresas, na sua maioria de pequena e média dimensão, estão hoje presentes em todo o mundo (dados sobre o montante dos lucros que foram distribuídos podem ver-se em www.edc-online.org).

Para além da distribuição dos lucros de acordo com estes critérios, estas empresas propõem-se adoptar uma conduta orientada para a cultura de comunhão, que deve marcar as relações no seu interior e entre os seus membros, tal como as relações com clientes, fornecedores, concorrentes, Estado e comunidade.

Podemos dizer que as empresas de economia de comunhão vêm responder a uma exigência posta em relevo de modo particular pela encíclica Caritas in Veritate: "O grande desafio que temos diante de nós - resultante das problemáticas do desenvolvimento neste tempo de globalização, mas revestindo-se de maior exigência com a crise financeira - é mostrar tanto a nível de pensamento como de comportamentos, que não só não podem ser transcurados ou atenuados os princípios tradicionais da ética social, como a transparência, a honestidade e a responsabilidade, mas também que, nas relações comerciais, o princípio de gratuidade e a lógica do dom como expressão da fraternidade podem e devem encontrar lugar dentro da actividade económica normal. Isto é uma exigência do homem no tempo actual, mas também da própria razão económica. Trata-se de uma exigência simultaneamente de caridade e de verdade." (n. 36).

Nesta linha, Luigino Bruni, professor de economia e expoente da elaboração teórica relativa à "economia de comunhão" salienta num artigo recente (da revista Città Nuova de 10-25 de Agosto de 2010) que estas empresas, como outras experiências que ultrapassam a lógica da busca do lucro numa perspectiva do interesse individualista e se orientam pelo bem comum, não podem ocupar um lugar marginal numa economia guiada por essa lógica individualista, como um "tapa-buracos" que remedeia apenas as consequências mais graves dessa lógica, sem alterar o modelo económico e social. Uma lógica que gera as desigualdades que nos escandalizam e que permitem que empresas salvas da falência com dinheiros públicos continuem a pagar retribuições milionárias aos seus gestores. São suas estas palavras: "A última fase do capitalismo (que poderemos chamar financiário-individualista) nasce de um pessimismo antropológico, que remonta pelo menos até Hobbes: os seres humanos seriam demasiado oportunistas e auto-interessados para pensar que possam empenhar-se com motivações altas (como o bem comum). Não podemos deixar a esta "derrota antropológica" a última palavra sobre a vida em comum: temos o dever ético de deixar a quem vier depois de nós um olhar positivo sobre o mundo e sobre o Homem.

Mas para que tudo isto não fique escrito no papel e se torne vida, é necessário um novo humanismo, uma nova estação educativa, são necessários aqueles "homens novos" que estão no centro do projecto da Economia de Comunhão, capazes de se empenharem e de trabalharem não apenas pelo lucro, mas também para fazerem da sua actividade laboral uma obra de arte. Se for assim, então a nova economia de mercado na qual estão a entrar novos grandes protagonistas (pense-se na África, por exemplo), poderá ser um lugar belo para habitar, viver, amar."

Pedro Vaz Patto

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Entidades também oferem cursos de formação política


Movimento Político pela Unidade (MPPU)

O Movimento Político pela Unidade (MPPU) é uma rede mundial cujo objetivo é buscar uma unidade entre as nações e entre pessoas de diversas correntes, com foco no bem coletivo. Presente no Brasil desde 2001, o MPPU conta com o apoio de cerca de 50 deputados federais, sendo pelo menos cinco ligados diretamente à iniciativa. Uma das premissas defendidas pelo movimento é a de que parlamentares de frentes partidárias opostas devem participar das votações pensando no interesse dos cidadãos, e não no posicionamento da legenda.

- Nós propomos a fraternidade como categoria política. A ideia é difunfir esse conceito de fraternidade e proporcionar a possibilidade de vivenciá-la. E estamos abertos para qualquer pessoa – explica Maria do Carmo, secretária da comissão nacional do MPPU.

Em 2007, a entidade criou a primeira Escola Civitas, que oferece cursos de formação política principalmente a jovens. Hoje, elas já estão presentes em dez estados brasileiros e atenderam a cerca de cem pessoas. O curso, que tem duração de dois anos e é gratuito, inclui aulas de Conjuntura Política do Brasil, História Política e Economia, dentre outras. Pedro Fiorelli, de 23 anos, terminou a participação na Escola Civitas no ano passado e agora é candidato a deputado estadual pelo PV de São Paulo.

- A Escola me deu todo o sustento e base para conseguir ingressar na vida pública – diz Pedro, que defende, por exemplo, a estipulação do limite de apenas uma reeleição também para os cargos do Poder Legislativo.

- Apenas 5% dos quadros políticos se renovam a cada eleição. Além disso, a política tem que ser vista como serviço, e não como profissão – afirma.

Fé e Política

O Centro de Fé e Política Dom Helder Câmara (CEFEP), vinculado à Igreja Católica, promove um curso de especialização à distância para aqueles que tenham interesse em entrar para a vida pública ou em trabalhar como líderes de suas comunidades. A pós-graduação dura 1 ano e meio e já está em sua terceira turma. Não há mensalidades: é cobrada apenas um ajuda de custos durante as duas etapas presenciais que acontecem ao longo do curso, em Brasília. A maioria da turma é jovem e alguns dos alunos se candidataram nas eleições de 2008 para vereadores.

No Rio de Janeiro, uma iniciativa semelhante já formou centenas de pessoas ao longo dos seus 20 anos de atuação. O Instituto de Estudos da Religião (ISER) promove treinamentos com o objetivo de formar cidadãos atuantes e éticos, não apenas para a vida político-partidária, mas, principalmente, para fiscalizar a ação dos poderes Executivo e Legislativo. O órgão também fomenta uma rede de fé e política formada por grupos de trabalho que se reúnem semanalmente em diversas cidades do estado.

- Os grupos religiosos costumam separar o espiritual e o material, e não pode ser assim. As igrejas precisam se articular e definir que projeto de pais querem ajudar a construir - diz Névio Fiorin, teólogo e assessor do Instituto.

Segundo Névio, alguns políticos, como Chico Alencar (Psol) e Alesaandro Molon (PT) , atuam junto ao movimento, ou são fruto de suas classes.

- Ninguém fica para sempre em um mandato, então me preocupo em formar jovens políticos que possam conduzir o país daqui há alguns anos. Acho que toda iniciativa nesse sentido é muito importante: tanto as religiosas como as laicas - afirmou Molon.

Vale lembrar que os dois cursos são ecumênicos. Não é preciso ser católico para participar.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mulheres, perdoem os homens!

23.Jul.2010 | Dom Redovino Rizzardo, cs*

Foi o Papa João Paulo II quem inaugurou a prática de pedir perdão pelos pecados cometidos pelos homens da Igreja através dos séculos. Se seu exemplo fosse seguido, a história da humanidade deixaria de ser uma sucessão de opressões e violências, alimentadas pelo egoísmo, pelo orgulho e pela vingança, mesmo quando se ocultam atrás de palavras bonitas e altissonantes, como "justiça", "segurança" e "bem-comum".
Para o capuchinho Frei Raniero Cantalamessa, metade da humanidade deveria ser absolvida pela outra metade. Foi o que afirmou, alto e bom som, na homilia que proferiu na Basílica de São Pedro, no dia 2 de abril de 2010, sexta-feira santa. Para ele, os homens precisam pedir perdão às mulheres. Não, porém, com um pedido genérico e abstrato. Pelo contrário, sobretudo para quem se professa cristão, ele deveria levar a gestos concretos de reconciliação e conversão, tanto na família como na sociedade em geral.
Para o religioso, a violência que hoje assola a humanidade tem a sua origem dentro dos lares: «Ela é muito mais grave, não apenas porque se esconde atrás das paredes domésticas e é ignorada pela sociedade, mas por ser justificada com preconceitos culturais e pseudo-religiosos. As vítimas acabam indefesas, sós e desesperadas. Somente nestes últimos anos, graças ao apoio e ao encorajamento de várias associações e instituições, algumas delas encontram forças para vir à tona e denunciar os culpados.
Muita dessa violência é de matriz sexual. É o machão que demonstra a sua virilidade "esmagando" a esposa, sem perceber que, assim agindo, nada faz senão demonstrar a própria insegurança e fraqueza. E mesmo em relação à mulher que erra, é grande o contraste que se percebe entre o agir de Cristo e o que vigora ainda hoje em certo ambientes! O fanatismo pede a lapidação. Cristo, pelo contrário, aos homens que lhe apresentam uma adúltera, responde: "Quem estiver sem pecado, jogue a primeira pedra!" (Jo 8,7). O adultério é um pecado que se comete a dois, mas, desde os primórdios da humanidade (em alguns países, ainda hoje) a condenada é sempre a mulher...
A violência mais odiosa contra a mulher é a que tem sua origem precisamente onde deveria reinar o amor e o respeito mútuo, ou seja, no relacionamento entre marido e esposa. Evidentemente, em sã consciência, ninguém pode jogar sempre e somente a culpa no homem, pois pode-se ser violento também com a língua, e não apenas com as mãos e os pés. Mas ninguém pode negar que, na grande maioria dos casos, a vítima mais frequente é a mulher.
São inúmeras as famílias onde o marido se sente autorizado a levantar a voz e gritar: "Quem manda aqui sou eu!" Não são poucas as mulheres – e os filhos – que vivem sob a constante ameaça das explosões do "chefe". A esses homens seria necessário dizer amavelmente: caros colegas, criando-nos homens, Deus não nos deu o direito de nos enraivecer e bater os punhos na mesa por qualquer ninharia. A palavra que ele dirigiu a Eva depois do pecado: "Ele te dominará" (Gn 3,16) era uma amarga previsão, não uma autorização».
Até aqui as reflexões do frei, que podem parecer simples ou até mesmo ingênuas. Contudo, refletem uma realidade difícil de negar. Se dirigirmos o olhar sobre o mundo, perceberemos que, em inúmeros países, o peso maior da condução da família cai sobre as mulheres, tanto que cresce, em toda a parte, o número de lares sustentados e governados por elas. Há homens que se contentam em fazer o filho e... fugir – quando não retornam para acabar com a vida da esposa!
Para a Bíblia, «a mulher sábia vale mais do que todas as riquezas. Seu marido nela confia e ela lhe traz felicidade todos os dias de sua vida. A graça é enganadora e a beleza é passageira, mas a mulher que ama a Deus é digna de louvor» (Pr 31,10-11.30). «Em todo o caso – conclui Chiara Lubich – no exame final, ela também deverá responder a Deus não tanto sobre como viveu sua condição de mulher, de noiva ou de consagrada, ou sobre as qualidades femininas que possuiu. Não! Homens e mulheres serão julgados somente sobre o amor. No fim, seremos todos iguais. No Paraíso, não haverá "nem homem nem mulher" (Gl 3,28)».

*Bispo de Dourados.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Empresas adotam Administração por Economia de Comunhão • Bolsa Valores

Empresas aderem à proposta lançada por Chiara Lubich no Brasil

Renata Vasconcelos
Canção Nova Notícias, SP

Chiara Lubich lançou o desafio da "Economia de Comunhão" no Brasil, em 1991, no Centro Mariápolis, em São Paulo. A repercussão foi imediata. Vários empresários se sentiram impelidos a abraçar esta nova proposta desafiadora.

A Economia de Comunhão propõe uma participação ativa das empresas na ajuda aos menos favorecidos da seguinte maneira: a tripartição do lucro, ou seja, o lucro da empresa teria três destinos, um para investimento na própria empresa, outro para escolas que formem jovens com o ideal de fraternidade e o terceiro para os menos favorecidos.

Esta proposta se baseia no princípio da "caridade na liberdade", isto é, o proprietário é quem decide o valor e a periodicidade da doação, já que o intuito maior é semear a co-responsabilidade com o bem estar do outro, mudando completamente a concepção de empresa porque, desta forma, o objetivo principal da empresa não vai ser mais o lucro por si só, mas tê-lo para dividir.

Foi o que aconteceu na escola de Vargem Grande Paulista. A diretora Ana Maria Corrêa estava no momento em que Chiara lançou a Economia de Comunhão no Brasil. Ela se uniu a nove pessoas e, em dois anos, fundaram uma escola particular que tem 22% de bolsistas e a educação é diferenciada.

Hoje, 745 empresas no Brasil vivem a Economia de Comunhão. Chiara Lubich recebeu inúmeros doutoradoshonoris causa e outros prêmios por causa da proposta. A idéia também entrou no meio acadêmico e foi assunto de teses e dissertações. Em algumas universidades, se tornou disciplina acadêmica. Para ganhar maior visibilidade, empresas se uniram em pólos e, como Chiara queria, eles precisariam estar sempre perto de centros permanentes do movimento, chamados "Mariápolis".

Assim, atualmente, existem pólos empresariais na Argentina, Itália, Croácia e Bélgica. No Brasil, país pioneiro, existem três: o pólo Ginetta, em Recife (PE), François Neveux, em Belém (PA) e o pólo Spartaco. Este último fica em Cotia, a 50 km de São Paulo, com área total de 50 mil m².

Todas as empresas ligadas a esse pólo implantaram a proposta da Economia de Comunhão. E para promover a integração entre os funcionários das organizações, foi criada uma associação que, além de outras atribuições, também oferece ao funcionário um micro-crédito especial.


terça-feira, 6 de julho de 2010

jose saramago janela da alma






Uma luz diante da cegueira humana apontada por Saramago:

Sophia University Institute - A primeira graduação da Universidade de Sophia

Tese sobre a influência das motivações pessoais de comportamento econômico.

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Sophia University Institute.

Em 28 de junho de 2010, o brasileiro Caelison Lima de Andrade tornou-se o primeiro pós-graduado na história da instituição. Conseguiu esse sucesso, superando o desafio de ser cego.
Numa sala de reunião cheia de colegas, os membros da comunidade acadêmica e pessoal, Caelison apresentou os resultados de sua pesquisa sobre "A relação entre motivação intrínseca e extrínseca na teoria econômica contemporânea: as contribuições da teoria e prática projeto Economia de Comunhão na liberdade. " Professores Luigino Bruni e Vittorio Pelligra foram, respectivamente, os oradores principais.
A sessão começou com os cumprimentos do reitor de pós-graduação Piero Coda: "A emoção não é apenas do candidato, mas de toda a comunidade acadêmica. É um momento simples em sua solenidade e solene em sua simplicidade. "O relator Luigino Bruni Caelison agradeceu".
Com sua tese, Caelison tentou mostrar a importância de uma questão que, até os anos 70/80, tem sido negligenciado pelos economistas: a influência das motivações pessoais de comportamento econômico. Seu trabalho foi iniciado a partir da aplicação do economista Bruno Frey, cujo pensamento é o tema do primeiro capítulo: "As pessoas agem porque movidos pelo desejo de obter um ganho monetário? Trabalham apenas porque são pagos para fazê-lo? ".
O segundo capítulo destaca Caelison um tipo particular de organização em que a motivação intrínseca são essenciais para a condução ideal das Organizações. O terceiro e último capítulo apresenta os resultados de pesquisas empíricas nas explorações do projeto Economia de Comunhão na Liberdade (EDC), inspirado no pensamento de Chiara Lubich.
A tese, juntamente com excelente desempenho acadêmico, garantiu a Caelison o título de Mestre em Fundamentos e perspectivas de uma cultura da unidade. A cerimônia terminou com a leitura de uma carta de congratulações de Maria Voce, Vice-Chanceler do Instituto e presidente do Movimento dos Focolares, "Para mim e para toda Obra de Maria é uma grande alegria e satisfação, o momento da chegada ao objetivo do primeiro estudante de Sophia, coroando um sério e árduo treinamento. Felicito calorosamente a nova graduação."

Città Nuova
30/06/2010
Daniel Fassa

Fonte: Sophia